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Atualizado: 1 de ago. de 2022

Todos os fantasmas ficaram fora de campo e a Inglaterra conquistou a Europa de forma inquestionável

Foto: Getty Images - The FA
“O futebol é um jogo de onze contra onze que jogam por noventa minutos e no fim a Alemanha é campeã”

Esta frase foi dita por Gary Lineker, um dos maiores artilheiros do futebol inglês e vítima de um trauma causado por diversas derrotas do futebol inglês masculino para a Alemanha.


A seleção feminina não carrega tanto este trauma, mas tem em seu histórico a pesada derrota na final da EURO de 2009, quando foi atropelada pela Alemanha de Birgit Prinz e inka Grings no estádio olímpico de Helsinki que resultou na derrotada por 6 a 2.


Nada disso foi problema para a seleção comandada por Sarina Wiegman. Foi nítido um certo nervosismo durante o jogo, claro, que também foi o mesmo sentimento da torcida em Wembley, mas a concentração da equipe durante os noventa minutos e a disciplina tática das jogadoras, principalmente de defesa, fez com que as Leonesas tivessem o controle do jogo pela maior parte do tempo e tivessem as melhores chances.


A estratégia de pressionar a saída de bola no início do jogo foi muito bem-feita, mas não resultaram em gols. A dupla do meio-campo Stanway e Walsh obtiveram vantagem nos confrontos com Debrtiz e Oberdorf e foram extremamente precisas nos passes e inversões de bola, abrindo o jogo e ajudando a Inglaterra a buscar espaços pelas pontas, principalmente a direita, onde Lucy Bronze estava sempre mais avançada, mas não deixava espaços vazios na defesa pois Rachel Daily vinha para a linha de defesa formando um trio com Bright e Williamson.


Taticamente o jogo não mudou muito no segundo tempo, mas ele se torna mais intenso graças a influência das duas treinadoras e suas trocas. Com jogadoras descansadas e estilos de jogo diferentes, principalmente por parte o time Inglês, as trocas deram mais mobilidade aos ataques, destaque para a Inglaterra nesse quesito e que além de ter a presença de Alessia Russo e Ella Toone ganhou a opção da entrada pela diagonal do lado direito do ataque por parte de Lauren Hemp, que foi deslocada para o lado direito.


A mobilidade do ataque confundiu a defesa alemã logo nos primeiros minutos. Com a linha de defesa alta, Walsh encontrou Toone entre Hegering e Hendrich que frente a frente com Merle Frohms teve uma frieza e uma qualidade absurda para encobrir a goleira e fazer um golaço.


Nos outros jogos, o gol que abria o placar para a Inglaterra servia também para bagunçar o adversário e a seleção da casa aproveitava este momento para resolver o jogo. O que não aconteceu. A Alemanha manteve a postura e aos poucos voltou a buscar o gol jogando principalmente pelo lado direito do campo, com Nicole Ayomi e Tabea Wasmuth dando mais velocidade a agressividade nas tentativas ofensivas e assim chegou ao empate. Triangulação pela direita, bola cruzada e Lina Magull surge no vazio para deixar tudo igual.


Depois disso a seleção alemã avançou as suas linhas e foi em busca do controle do jogo, mas Sarina Wiegman mais uma vez fez duas trocas para manter o time equilibrado e com mais intensidade no meio campo. A entrada de Greenwood reforçou a linha de defesa, mas Jill Scott, que tinha a função de controlar mais o jogo e acalmar o meio-campo da Inglaterra, entrou dispersa e errando bastante. Com isso o final do jogo e no primeiro tempo da prorrogação foi controlada pela Alemanha, que manteve o nível de atuação da sua equipe em no principal setor do campo.


O segundo tempo da prorrogação foi o período de menor qualidade do jogo. Com as duas equipes cansadas e errando muito, ficou claro que seria necessário um momento de talento ou oportunismo para que o jogo não fosse para os pênaltis e foi isso que aconteceu. Chloe Kelly aproveitou o vacilo da defesa alemã e na sobra colocou a bola para dentro que fez o Wembley explodir.


Depois disso bastou a Inglaterra manter a posse de bola, fazer uma certa cera e esperar o apito final para celebrar a merecida conquista da EURO diante de mais de 87 mil pessoas. Após 120 minutos enfrentando o seu desafio mais difícil na competição e o superando após precisar muito da confiança e do trabalho mental, nada mais justo do que encerrar desta forma; com um gol no segundo tempo da prorrogação, marcado por uma jogadora que passou o tempo todo incentivando companheiras e agitando a torcida enquanto esteve no banco de reservas.


Agora resta a elas celebrarem bastante o que elas fizeram hoje. Com a conquista da EURO o futebol feminino no país nunca mais será o mesmo.

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