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PODE VIR, FRANÇA

Atualizado: 29 de jul. de 2023

No jogo mais equilibrado da fase de grupos, a confiante seleção brasileira entra em campo para definir o seu destino


Foto: Thais Magalhães | CBF

No futebol, assim como na vida, não conseguimos decidir sozinhos quais serão os caminhos que percorreremos para atingirmos o nosso objetivo. Por outro lado, diversas vezes os nossos esforços no início do percurso podem facilitar o restante da jornada"


Eu sei, o parágrafo acima poderia estar presente em qualquer slide de apresentação de um Coach Motivacional ou em algum livro de frases inspiradoras, mas a verdade é que, neste exato momento, ela se encaixa perfeitamente para a seleção brasileira e o seu segundo confronto pela fase de grupos, contra a França.


A partida por si só já tem a sua importância. São as principais seleções do grupo e se enfrentaram pelas quartas de final da última Copa, quando o Brasil foi eliminado com uma dolorida derrota na prorrogação. Tudo isso, somada à primeira rodada, fez com que a partida se tornasse um dos confrontos mais importantes da primeira fase, pois impactará diretamente não só o caminho das duas seleções, mas também o das futuras adversárias. Ficar em primeiro significa não só fugir da provável líder do Grupo H Alemanha, mas principalmente, a possibilidade de ir mais longe na competição.


O MOMENTO DA FRANÇA


A nossa adversaria da manhã de sábado está bem distante do que se imaginava. Diversas jogadoras, entre elas a capitã Wendie Renard, cogitaram abandonar a seleção após diversos problemas de relacionamento com Corinne Diacre e sua comissão técnica. A chegada de Hervé Renard colocou panos quentes no problema, mas a troca de técnico a poucos meses de uma competição tão importante não estava nos planos, assim como a grande lista de atletas que ficaram de fora da Copa do Mundo por causa das contusões, que conta com nomes como os de Marie- Antoniette Katoto e Amandine Henry.


Mesmo com todos os problemas, a França continua sendo uma das melhores equipes do torneio. Em todos os setores do campo conta com jogadoras extraclasse, que além de talentosas, estão adaptadas a grandes jogos, fator que poderá fazer a diferença durante o jogo. A confiança e o nível de concentração da nossa seleção precisará ser altíssimo para que a França se sinta desconfortável quando tiver a posse de bola e seja envolvida quando estiver correndo atrás dela. O Brasil não pode deixar a equipe francesa dar as cartas do jogo e definir a forma como ele será jogado. Mesmo considerando que o empate para nós é um bom resultado, é importantíssimo que elas se sintam pressão, pois como vimos no 0 x 0 contra a Jamaica, quando as coisas começam a não funcionar, até mesmo as mais experientes começam a tomar decisões erradas e a equipe se perdeu em campo, o que seria ótimo para o Brasil, um time que gosta de atacar de forma direta os pontos fracos da adversária.


DESAFIOS E OPORTUNIDADES


Na partida contra a Jamaica, a França demonstrou problemas para criar pela região central do campo e forçou diversas jogadas pelas pontas, principalmente a esquerda, como a lateral Sakina Karchaoui e a meia Amjel Majri. Isso exigirá bastante de jogadoras como Ary Borges e Antônia, que tiveram liberdade para jogar no campo adversário contra o Panamá, mas neste jogo terão responsabilidades defensivas durante todo o jogo. Estes avanços pelas pontas também servem como uma oportunidade para a nossa seleção, que quando tem espaço para jogar, consegue chegar ao ataque com poucos passes. A França demora para se recompor e deixa muito espaço entre as linhas de meio e defesa, ponto que foi explorado pela Austrália em um amistoso pré-Copa e pela Jamaica, que nas poucas subidas ao ataque conseguiu explorar este espaço.


Outro ponto a se destacar do confronto será a movimentação das jogadoras mais criativas das duas equipes. No caso da nossa seleção, a forma como Debinha, Bia Zanerato, Adriana e Ary Borges trocavam de posição e ocupavam diferentes espaços foi a chave da vitória. No caso da França, pode até não ter funcionado no primeiro jogo, mas não devemos subestimar jogadoras como Grace Geroyo, Sandie Toletti e Eugenie Le Sommer. Estas três jogadoras farão de tudo para confundir a nossa defesa, que precisará muito da ajuda de Luana e Kerolin para diminuir os espaços.


O VEREDITO


Pode ser que no papel a França seja favorita. Mas as recentes apresentações da nossa seleção provaram que ela é capaz de encarar qualquer grande seleção em igualdade. Além disso, a estreia parece ter dado a confiança necessária para que a nossa equipe faça um jogo sem a pressão de ter que vencer o jogo a qualquer custo. Para este que vos escreve o jogo tem tudo para ser o confronto mais equilibrado da primeira fase, mas entre as duas equipes, um delas parece ter mais desejo, ambição e foco para buscar seus objetivos e esta é a seleção brasileira.




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