A artilheira segue a linhagem histórica de atacantes extraclasse do futebol alemão e bota medo nas donas da casa
Desde os tempos do amadorismo pós-guerra, o futebol alemão, independente do esquema de jogo, sempre teve a figura do atacante de porte físico avantajado, de poucos toques na bola e muita objetividade. Muitos deles foram apelidados de PANZER - é uma abreviação de "Panzerkampfwagen", um substantivo da língua alemã que se pode traduzir como "veículo blindado de combate".
Max Morlock ajudou a Alemanha Ocidental a vencer a Copa de 1954. Quase 20 anos depois Gerd Muller foi o artilheiro da copa de 1970 e peça chave na conquista da Copa do Mundo de 1974 disputada dentro de casa. A produção deste perfil de jogador continuou e nas décadas seguintes surgiram nomes como Rummenigge, Klinsmann, Bierhoff e Klose no futebol masculino.
Como em todo país com cultura futebolística, o que acontece no masculino naturalmente serve como referência e acaba sendo reproduzindo no futebol feminino. Mas claro que seleção campeã oito vezes da Eurocopa não deixaria de produzir jogadoras neste perfil. A primeira foi Heid Mohr e a sua substituta nesta função foi ninguém mais ninguém menos do que Birgit Prinz.
Enquanto Prinz estava chegando ao fim da sua carreira, surgia no Duisburg uma jovem com o mesmo faro de gol e a mesma facilidade de vencer as defensoras, seja no posicionamento ou na força. Alexandra Popp fazia gols com uma naturalidade impressionante, seja no clube ou nas seleções de base e a cada partida que fazia pela Nationalelf ficava mais claro que ali estava a esperança de gols para o futuro da seleção.
Tudo isso ficou comprovado com o passar dos anos. A sua presença tornou-se quase que algo essencial para que a Alemanha tivesse boa performances nas competições, como ficou provado durante a EURO 2017 e as partidas recentes da Alemanha antes desta edição do torneio continental. Porém o seu retorno com a camisa 11 tem sido o pilar de uma campanha irretocável da finalista da EURO 2021.
Havia muitas dúvidas de como ela voltaria depois de passar por uma cirurgia para a retirada do menisco e o fato de ter contraído COVID em janeiro deste ano, mas o que estamos acompanhando nos jogos é uma atacante com finalização precisa, posicionamento perfeito e auge físico para encarar qualquer marcadora. Simplesmente a dona da grande área quando a forte Alemanha está atacando. Prova disso é que todos os seus seis gols na competição, que os colocam na luta pela artilharia junto de Beth Mead da Inglaterra, foram praticamente do mesmo local.
As suas companheiras, a grande maioria bem mais jovens do que ela, confiam demais na sua performance para a partida final em Wembley. Por mais que se esperasse uma Alemanha sem um bom jogo coletivo e com problemas táticos, o que se viu nos jogos até aqui foi um time organizado, que envolve o seu adversário e sofre pouco.
A concentração e frieza deste time será posta a prova no domingo, quando mais de 90 pessoas estarão apoiando a seleção da casa, mas quando se trata da seleção alemã que conta com uma jogadora como Alexandra Popp, não há nada a temer.
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