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ORGULHO E ESPERANÇA

Brasil perde a Finalíssima nos pênaltis, mas dá sinais de que podemos sonhar grande para a Copa do Mundo

Foto: Thais Magalhães - CBF

Jogar em Wembley nunca foi fácil.


Há mais de um século o templo do futebol inglês e da seleção inglesa sempre tenta deixar desconfortável quem o visita, e na fria noite londrina do dia 6 de abril a atmosfera não poderia ser diferente. Dos arredores até o hino é praticamente impossível não sentir a injeção cavalar de cultura futebolística dos criadores do esporte mais amado do mundo, mesmo com a torcida local gritando apenas depois da torcida brasileira aumentar o som logo no começo do jogo.


Nada disso assustou a seleção brasileira. O primeiro tempo com maior controle das inglesas teve muito mais ligação com o que se viu dentro de campo do que ao redor dele. Mesmo com a ideia de uma linha de cinco na defesa, a maior dificuldade foi cobrir as inversões de bola que na maioria das vezes buscavam Lauren James pelo lado direito do ataque das Lionesses. Foi por lá que sofremos o gol e vimos a bela finalização da jogadora do Chelsea estufar as redes em um lance anulado por impedimento.


Ainda assim, foi possível ver coisas boas nos primeiros 45 minutos, como a boa atuação de Luana, que teve a responsabilidade de jogar na frente da defesa e iniciar a saída de bola, e Geyse, que jogando em um posicionamento mais semelhante ao que tem feito no Barcelona, demonstrou que pode render muito mais.


No segundo tempo, Pia Sundhage trouxe novos elementos ao embate tático que travava com sua amiga Sarina Wiegman, trocando a linha de cinco na defesa por uma linha de quatro e subindo a marcação para pressionar a Inglaterra desde os primeiros minutos. A estratégia deu certo e com isso o Brasil cresceu no jogo. Andressa Alves colou em Keira Walsh, impedindo que a cerebral meio-campista do Barcelona continuasse desfilando em campo distribuindo passes, já Adriana foi responsável por ocupar mais o lado esquerdo do campo, tão bem explorado pelo time inglês na primeira etapa.


A melhor organização e a clara subida no nível de intensidade de jogo fez com que o Brasil criasse diversas chances, totalizando 10 em todo o jogo, um número maior do que as oito sofridas nos três jogos deste ano pela Inglaterra, de acordo com a Opta. O prêmio desta mudança veio com o gol de empate marcado por Andressa nos acréscimos. A última a chegar em Londres aproveitou muito bem os 45 minutos que esteve em campo, deixando bem claro que lutará pelo seu lugar na Copa com unhas e dentes.


Nas penalidades as donas da casa foram melhores e ficaram com a taça. Sarina Wiegman segue sem perder no comando da Inglaterra e as campeãs da Finalíssima mais uma vez provam que são uma das favoritas a conquistar a Copa do Mundo. Do outro lado, por mais que as jogadoras do Brasil saiam tristes com o sabor amargo da derrota, o sentimento de quem viu a partida de perto é de que, depois do que fizeram nestes 90 minutos contra a seleção campeã da Europa, nossas jogadoras são capazes de construirem grandes histórias.

O que elas fizeram em Wembley é algo que nos encheu de orgulho e nos deu muita esperança para a Copa do Mundo.

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