Corinthians reforça a sua hegemonia no país e conquista mais uma vez o Campeonato Brasileiro
Aconteceu de novo.
Soa repetitivo, talvez a modalidade precise de um outro final para a trama, mas não teve jeito. O Corinthians mais uma vez se tornou campeão brasileiro e, ao contrário do que se viu na temporada passada, esta conquista nos deixou com a impressão de que ela aconteceu com bem menos exigências, problemas e imprevistos. Mesmo com as ótimas atuações da Ferroviária, adversaria da final, a sensação que ficou é de que o time comandado pelo recém anunciado técnico da seleção Brasileira, Arthur Elias, em nenhum momento do campeonato foi obrigado a apresentar o seu máximo para vencer o quarto Campeonato Brasileiro seguido e o quinto da sua história.
Se em 2022 a equipe sofreu com contusões e o fato de ter um elenco mais enxuto – o que pesou quando precisou intercalar o Campeonato Paulista com a competição nacional – desta vez o Corinthians, além de se programar melhor para ter uma temporada que exigisse menos dos principais nomes da equipe, contou com uma certa queda de qualidade dos adversários diretos, como por exemplo: Inter, Palmeiras e São Paulo – que, seja por diminuição no investimento, falha no planejamento ou desdém por parte das diretorias, facilitou ainda mais para a equipe que claramente tem o melhor investimento dedicado à modalidade.
A expectativa agora é de saber como será a trajetória da equipe sem o seu treinador. Nome óbvio para substituir Pia Sundhage após a campanha abaixo do esperado na Copa do Mundo, Arthur Elias, que para nós é o melhor técnico de futebol do Brasil (prova disso é a matéria da nossa segunda edição que você pode adquirir clicando aqui) deixará a equipe após a disputa da Libertadores, como ele mesmo disse na entrevista coletiva de apresentação da nova comissão técnica da seleção. Porém, o fato dele comandar a equipe na disputa da Libertadores é um sinal claro de que a equipe tem a competição sul-americana como o próximo objetivo da temporada.
Vale lembrar, que Arthur Elias não é o único a deixar o clube. Nomes importantes da sua comissão técnica, como a nutricionista Tiemi Saito, o acompanharão nessa nova jornada, abrindo uma lacuna bem difícil de substituir. Mesmo que a diretoria continue fazendo o trabalho dos últimos anos, a escolha dos nomes certos será crucial para a continuidade da hegemonia, ainda mais se considerarmos que os prováveis novos presidentes do Corinthians – que passará por uma eleição presidencial nos próximos meses – não são admiradores da modalidade, deixando em dúvida qual será o suporte oferecido nos próximos anos.
Ainda assim, caso haja a manutenção dos principais nomes do elenco, a continuidade na integração dos destaques da base e prováveis contratações, dificilmente a equipe do Parque São Jorge deixará de ser a principal do país e a que deverá ser batida nos próximos anos. Como citado no início do texto, infelizmente, uma das principais razões de imaginarmos que as coisas continuarão como estão é a falta de investimento e planejamento de clubes que teriam potencial e condições financeiras para criarem equipes condizentes com suas histórias no futebol, independente do gênero. Porém, o que estamos vendo cada vez mais são projetos de curto prazo, investimento medíocres, desdém e até abusos de diversas formas com as jogadoras, que aliás, vai na contramão do que estamos acompanhando no mundo todo e claro, na mais uma vez campeã brasileira.
Tudo isso faz com que o Corinthians, que faz um trabalho bem acima da média, se sobressaia e vá abrindo uma diferença entre os seus rivais semelhante ao que temos com o Lyon na França, mas que, se continuar desta forma nos próximos anos, poderá chegar ao que estamos vendo acontecer com o Barcelona no futebol espanhol. Portanto, saiba que a terra do futebol brasileiro tem dona – a equipe do Sport Club Corinthians Paulista - e ao que tudo indica, a bandeira alvinegra continuara estiada bem alto nesta terra para que todos saibam quem manda por aqui.
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