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A DOR DA DECEPÇÃO

Seleção Brasileira joga mal, não fura bloqueio da Jamaica e está eliminada da Copa do Mundo

Foto: Thais Magalhães | CBF

O cenário era previsto. Sabíamos que a equipe adversária jogaria com duas linhas de marcação e em alguns momentos formaria uma linha de seis defensoras, como fez no seu primeiro jogo. Seria preciso paciência, inteligência e muita precisão. Porém, a impressão que deu é de que apenas após o intervalo a nossa seleção se atentou a isso. O Brasil do primeiro tempo foi um time travado e com pouquíssima mobilidade, como vimos no jogo contra a França, ou caso queira voltar mais no tempo, como vimos em alguns jogos da campanha vitoriosa da Copa América.


Com a melhor interpretação do que o jogo precisava, melhoramos, mas ainda assim o time ainda não buscou aproximação e continuou forçando as bolas longas, o que facilitou demais para o sistema defensivo jamaicano, que continua sem sofrer gols na competição. Os principais momentos de perigo surgiram apenas nos escanteios, muito pouco para uma seleção com tantas jogadoras talentosas como a nossa.


A apatia ao ver o tempo passar, seja no campo ou no banco, também foi algo difícil de digerir. As jogadoras pareciam não viver a tensão e a importância do jogo. Seja por nervosismo ou falta de concentração, a verdade é que elas não vibravam e não disputavam as bolas da forma que esperamos de um time que luta pela vaga nas oitavas de final. Isso sem contar os passes displicentes, que para nós espectadores, foram momentos profundamente irritantes. Sobre o banco, não pode passar batido a falta de instrução durante os jogos e principalmente na partida de hoje. Claro que há a barreira do idioma, mas deu agonia ver toda a comissão técnica sentada por grande parte do tempo quando o bicho estava pegando e o futuro da seleção está em jogo.


Sobre as trocas, mais uma vez a demora foi algo inexplicável. Bia Zaneratto entrou no intervalo e depois disso, apenas aos 35 minutos do segundo tempo Pia Sundhage fez novas alterações, demorando demais para ajustar um time que, desde o início da segunda etapa, não precisava de uma linha de quatro defensoras para segurar a atacante Khadija Shaw, que jogava isolada. Além disso, as atuações individuais abaixo da média de nomes como Debinha ou Adriana praticamente imploravam por uma mudança para buscar algo novo, o que não aconteceu.


Com o tempo passando, ficava cada vez mais claro que o jogo encaminhava para o empate e apenas um brilhantismo individual, um acaso ou uma falha da Jamaica mudaria o roteiro. O que não aconteceu. Com isso, saímos da competição como uma das grandes decepções do torneio. A dor da derrota só não é maior do que o nervosismo de saber que estava tudo nas nossas mãos e falhamos.

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