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UM JOGO INESQUECÍVEL

Em uma partida emocionante, Wolfsburg supera o Arsenal e chega a sua sexta final de Champions League

Foto: Getty Images/UEFA

Fim de jogo no Emirates Stadium. O Wolfsburg venceu o Arsenal por 3 a 2 e se classificou para a final da Champions, a sua sexta na história. Assim que o jogo se encerra as primeiras palavras da comentarista da DAZN, Lianne Sanderson, ex-jogadora da seleção inglesa, foram de elogios ao grande jogo e a forma como o Arsenal, mesmo cheio de desfalques, conseguiu ser um time competitivo durante os dois jogos da semifinal contra um adversário com uma maior bagagem europeia. Logo depois ela citou as grandes atuações de algumas jogadoras da equipe vencedora. Em nenhum momento que teve o microfone aberto para falar buscou culpadas ou caçou polêmicas. Ela simplesmente analisou e exaltou o grande espetáculo presenciado por mais de 60 mil pessoas no norte de Londres.


Parece loucura para nós, acostumados a ver nas grandes mídias as mesas redondas pós jogo iniciarem a busca por elementos que podem causar polêmica e engajamento, estourando frases polêmicas de propósito no TP para que virem meme. Se deparar com alguém que trate a partida como a que deu a vaga ao time alemão com o valor que se deve foi um alívio. O jogo que teve todos os elementos necessários se tornar histórico: bom futebol, disputas intensas pela bola, times alternando o controle, mudanças táticas e principalmente muita emoção. O que só valoriza a conquista das Lobas, como são conhecidas as atletas do Wolfsburg.


Mais uma vez, a compactação e a clareza de ideias do time alemão, principalmente do seu meio de campo, foram cruciais para que elas conquistassem a vitória. As ótimas atuações de Alexandra Popp, que vem jogando em diversas posições na temporada enquanto Ewa Pajor comanda o ataque, de Jill Roord – que foi o elo entre meio campo e ataque na partida de hoje, e Lena Oberdorf – que mesmo perdendo a bola no primeiro gol do Arsenal, foi essencial com seus desarmes e passes precisos, mostraram do que a equipe muito bem treinada pelo Holandês Tommy Stroot é capaz em jogos decisivos.


A boa atuação do trio ajudou demais na distribuição de bolas para Jonsdottir e Huth, que novamente conseguiram se aproveitar diversas vezes do espaço entre a linha de três zagueiras e o meio-campo da equipe do Arsenal, como aconteceu no segundo gol. Bem provável que, não fosse a qualidade dasdefensoras da equipe inglesa nos embates individuais, principalmente de Rafaelle pelo lado esquerdo, o estrago poderia ser pior.


Apesar das falhas defensivas, o time de Jonas Eidevall equilibrou o jogo no meio campo graças a intensidade nas disputas de bola e a rapidez nas ações ofensivas. Maanum, Pelova e McCabe estavam com os motores ligados para ocupar o máximo do espaço possível e foram fundamentais para que a equipe se mantivesse competitiva até o final do jogo. Stina Blackstenius, mais uma vez fez uma ótima partida e tudo indica (e este que vos escreve espera) que tenha sido substituída por cansaço ou por alguma contusão, pois mesmo que Lina Hurtig até tenha entrado bem, ela não tem o mesmo conhecimento do espaço da grande área e o poder de definição da atacante sueca.


Aliás, este foi um ponto fundamental para a classificação do Wolfsburg. As trocas do time alemão conseguiram manter o nível de jogo e trouxeram novas opções táticas. As mudanças da equipe da casa tiveram muito mais relação com o desgaste físico que impedia as atletas de exerceram as funções do que a busca por uma nova alternativa. A prova disso foi materializada no gol que deu a classificação à equipe alemã, com o passe de Julie Brand para o gol Pauline Bremer, duas jogadoras que entraram na etapa final de jogo.


A definição do confronto acontecer apenas nos minutos finais da prorrogação reforçou o o esperado equilíbrio entre as duas equipes e valorizou demais a classificação do Wolfsburg. Nas próximas semanas, é bem provável que a equipe alemã, mesmo sendo bicampeã da competição, seja tratada como a “patinha feia” da final que será disputada em Eindhoven, mas já deixo o aviso para que você não se engane. O futebol já provou diversas vezes que equipes alemãs em finais não devem ser desacreditadas. Quando esta equipe conta com Lena Oberdorf, Ewa Pajor, Alex Popp e cia. desacreditar é um erro grave.

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