Brasil vence o Japão por 1 a 0 com gol que teve a participação de Marta, mas apresenta os mesmos problemas de 2022
O primeiro jogo da seleção brasileira em 2023 seguia bem parecido com os jogos de 2022. Uma defesa sólida, muito talento individual, mas com as linhas distantes, pouca triangulação e muita bola longa forçada.
Eis que no meio do segundo tempo a torcida brasileira presente no estádio vibra e a câmera da transmissão mostra Marta pronta para entrar em campo no lugar de Bia Zaneratto, que mais uma vez fez uma partida abaixo das expectativas.
Primeiro lance, uma pedalada, um cruzamento rasteiro perfeito que encontrou Debinha dentro da área e gol do Brasil.
A vitória por 1 a 0 foi um resultado importante para o início da caminhada rumo a Copa do Mundo, mas a partida apresentou mais preocupações do que soluções. A escalação inicial, com Julia Bianchi e Kerolin centralizadas no meio não funcionou como Pian Sundhage esperava. O Brasil sofreu demais com a distância entre a linha de defesa e as meio-campistas, o que fez as defensoras forçarem lançamentos e na maioria das vezes entregando a posse de bola a seleção japonesa. Este espaço entre as linhas também foi aproveitado pelo ataque japonês, principalmente pelo lado esquerdo da nossa defesa, onde Tamires sofria para cobrir as inversões de bola da equipe japonesa.
Com as mudanças no intervalo o time ganhou em equilíbrio e compactação. Nicole e Kerolin conseguiram cobrir melhor os espaços do meio campo e com isso obtiveram o controle da partida em maior parte do segundo tempo. A movimentação do ataque também melhorou, com as jogadoras se aproximando uma das outras e criando mais oportunidades.
Ainda assim o Japão também criou as suas chances. A recomposição defensiva continua sendo um dos problemas a ser resolvido e ele fica ainda mais visível quando encaramos seleções de rápida troca de passes como o Japão. Não fosse a atuação espetacular de Kerolin, cobrindo algumas falhas defensivas, talvez o resultado pudesse ser outro.
Aliás, a atuação da jogadora do NC Courage merece ser destacada. Cumprindo funções que nunca fez em sua carreira ela foi essencial para que o Brasil tivesse o controle do jogo em maior parte do tempo. Causou muita estranheza a ideia de Pia Sundhage em recuar uma jogadora tão perigosa quando joga mais perto do gol adversário, mas ela tem tanta qualidade técnica que mesmo deslocada, fez uma ótima partida.
O próximo desafio da seleção, contra o Canadá, em teoria será um confronto mais complicado. Fica a expectativa de que haja algumas mudanças para assistirmos um time com um melhor conjunto dentro de campo.
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