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NÃO FOI LEGAL, TÁ?

Brasil faz partida ruim, mas vence Porto Rico na estreia da Copa Ouro


Foto: Leandro Lopes | CBF

A seleção fez uma partida ruim. Não há outra forma de falar. Não precisamos ficar em rodeios, minimizar a situação por ser a primeira partida do torneio ou pelo fato de ser a estreia do novo técnico em competições oficiais. 


A vitória do Brasil sobre a seleção de Porto Rico, mais uma vez, apresentou os mesmos problemas do passado. O principal deles, erros de tomada de decisão nas ações ofensivas, que comprometeram diretamente o resultado final do jogo. 


Sabemos desde a convocação, Arthur Elias disse na coletiva, que a Copa Ouro serviria para testes e a escalação inicial com Duda Santos, Aline Milene e Bia Menezes mostrou isso. As “novidades” não comprometeram; Aline e Duda, na região central do campo, foram envolvidas pela falta de organização e nervosismo das mais experientes. Já Bia Menezes se destacou por apresentar uma opção diferente das que estávamos acostumados pelo lado esquerdo, pois tem a qualidade de fazer bons cruzamentos da intermediária, como em um lance que encontrou Adriana nas costas da zaga no primeiro tempo. 


O problema é que, se os novos nomes tiveram uma atuação aceitável, não podemos falar o mesmo das mais experientes. Mesmo levando em consideração que a temporada nos EUA ainda nem começou, jogadoras como Rafaelle, Ary Borges, Bia Zaneratto, Debinha e Adriana fizeram, mais uma vez, uma partida bem abaixo com a camisa da seleção. Estes nomes deveriam ser os alicerces da equipe e apresentarem um certo “entrosamento natural” em jogos como esse, mas muitas vezes parecem estar confusas, mal posicionadas e até com problemas de comunicação dentro de campo. 


O último ponto preocupante foi visto no pós-jogo. A postura de minimizar e até parecer não ver o que aconteceu durante o jogo nas falas de Arthur Elias, são preocupantes. O Brasil não vem jogando bem, não tem uma linha de evolução e alguns depoimentos parecem subestimar a inteligência de repórteres, analistas e torcedores. Ao ser o escolhido, a expectativa era de que veríamos uma melhor troca de ideias nas análises, mas o que estamos vendo é uma tentativa diminuir o tamanho dos problemas da nossa seleção.


De positivo, fica apenas a melhora de postura no segundo tempo. Sem fazer trocas, já foi possível perceber um time mais organizado e melhor distribuído no início da etapa final. Além disso, as mudanças surtiram efeito, e o gol veio de uma jogadora que vem sendo decisiva pelo clube durante toda a temporada. Gabi Nunes precisa de mais tempo de jogo. Por mais que Arthur a conheça há muito tempo, ela não pode ser apenas uma peça que entra em momentos complicados dos jogos. 


Apesar da atuação abaixo do esperado, a vitória veio e, para a sequência da competição, isso era algo importantíssimo, pois a Colômbia, nossa próxima adversária, goleou o Panamá poupando nomes como Linda Caicedo, que jogou por apenas 20 minutos. Mas que fique claro, uma atuação confusa e sem uma clara ideia de jogo como vimos na estreia não será perdoada pela as adversárias que hoje, apresentam um futebol bem melhor do que o nosso. 

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